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Oscar, pai de Louie

    Oscar, pai de Louie tinha um semblante sofrido. Calado na maior parte do tempo durante o dia, executava suas tarefas com blasfêmias e reclamações. Havia um momento no qual Oscar abria de fato seu coração; no auge da noite quando a bebida alcóolica ingerida atingia o ápice favorável a fala e ele começava seus longos discursos nos quais relembrava a infância triste e sem amor que havia tido. Oscar vinha de uma família muito pobre. Com muitos filhos e sem condições financeiras seus pais acabaram por entregar alguns de seus irmãos a parentes e conhecidos. O pai de Oscar,  Elgen, diante das visitas que compareciam em sua casa,  pedia para que Oscar trouxesse-lhe uma vara seca, sem folhas e galhos, guardada especialmente para as surras que sempre vinham por um motivo ou outro ou sem nenhum, o que acontecia com frequência; e a entregasse em mãos para que ele com sua soberba arrogância utilizasse-a batendo em seu filho em frente a visita para deixar claro que seus rebentos respeitavam-no e
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                                     Louie nasceu em meados dos anos oitenta. Sua família esperava-o com todo o amor. Ao menos era assim que deveria ser. Com conflitos violentos dentro de casa, foi assim que Louie, um garoto franzino de olhar triste nasceu. Passou a infância sem ser compreendido por sua maneira incomum de viver. Ficava aos cantos observando as atitudes e falas daqueles que o rodeavam. Foi assim que conheceu a hipocrisia e decidiu no fundo de sua alma, mesmo sem ter plena consciência disto que não seria assim. Tantas máscaras cercavam-no que até o início da vida adulta alguns conseguiram ludibriá-lo. Louie era o tipo de pessoa que ao conhecer alguém conseguia enxergar o fundo de sua alma. Praticamente nenhum trejeito passava-lhe despercebido. Até o mais ínfimo detalhe daquele ser ele conseguia ler com facilidade. Era como se quase todos andassem despidos e por mais que tentassem ocultar-lhes determinadas sombras era impossível fazê-lo. Algumas pessoas eram demasiadas i

Sou daqui ou estou aqui?

          Sou daqui ou estou aqui? Eu me olhava no espelho e não acreditava no que via e nem no que eu havia me tornado. Sempre vi nos olhos do reflexo daquele espelho um vazio inexplicável. Eu clamava por encontrar ali o refúgio de que tanto precisava. Eu não era nada do que pensavam e nem do que diziam. Vi o quanto o ser humano é ingênuo quando crê nos seus sentidos e unicamente neles.  Não me considero um monstro, mas de certa forma eu fui e sou. Todos somos.             Ao se deparar com situações extremas na vida, percebemos que o bem e o mal está dentro de nós o tempo todo, todo o tempo. É impossível eliminá-lo e só nos resta ficar acima dele. É uma questão de escolha e eu escolhi aprender com os dois.           Mais uma vez pergunto: sou daqui ou estou aqui? E saber disso faria alguma diferença? Se estou aqui é porque preciso estar. E sigo assim, andarilho da vida aprendendo todos os dias a aprender.