Oscar, pai de Louie tinha um semblante sofrido. Calado na maior parte do tempo durante o dia, executava suas tarefas com blasfêmias e reclamações. Havia um momento no qual Oscar abria de fato seu coração; no auge da noite quando a bebida alcóolica ingerida atingia o ápice favorável a fala e ele começava seus longos discursos nos quais relembrava a infância triste e sem amor que havia tido. Oscar vinha de uma família muito pobre. Com muitos filhos e sem condições financeiras seus pais acabaram por entregar alguns de seus irmãos a parentes e conhecidos. O pai de Oscar, Elgen, diante das visitas que compareciam em sua casa, pedia para que Oscar trouxesse-lhe uma vara seca, sem folhas e galhos, guardada especialmente para as surras que sempre vinham por um motivo ou outro ou sem nenhum, o que acontecia com frequência; e a entregasse em mãos para que ele com sua soberba arrogância utilizasse-a batendo em seu filho em frente a visita para deixar claro que seus rebentos respeitavam-no e
Louie nasceu em meados dos anos oitenta. Sua família esperava-o com todo o amor. Ao menos era assim que deveria ser. Com conflitos violentos dentro de casa, foi assim que Louie, um garoto franzino de olhar triste nasceu. Passou a infância sem ser compreendido por sua maneira incomum de viver. Ficava aos cantos observando as atitudes e falas daqueles que o rodeavam. Foi assim que conheceu a hipocrisia e decidiu no fundo de sua alma, mesmo sem ter plena consciência disto que não seria assim. Tantas máscaras cercavam-no que até o início da vida adulta alguns conseguiram ludibriá-lo. Louie era o tipo de pessoa que ao conhecer alguém conseguia enxergar o fundo de sua alma. Praticamente nenhum trejeito passava-lhe despercebido. Até o mais ínfimo detalhe daquele ser ele conseguia ler com facilidade. Era como se quase todos andassem despidos e por mais que tentassem ocultar-lhes determinadas sombras era impossível fazê-lo. Algumas pessoas eram demasiadas i